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O economista-chefe da Apollo Global Management Torsten Slok afirmou na segunda-feira (22) que os EUA entrarão em recessão em 2025 caso as tarifas comerciais atualmente em vigor sejam mantidas. A previsão foi feita durante entrevista ao programa “Squawk on the Street”, da CNBC.
Segundo Slok, as chances de uma contração econômica por dois trimestres consecutivos chegam a 90% se as tarifas não forem reduzidas, com impacto direto no produto interno bruto (PIB), que pode encolher quatro pontos percentuais. “Está tudo condicionado a as tarifas permanecerem nesses níveis. E, se elas permanecerem nesses níveis, nós absolutamente teremos uma recessão em 2025”, declarou o economista.
As tarifas aplicadas aos produtos chineses estão no centro da projeção negativa feita por Slok. O governo do presidente Donald Trump anunciou no dia 9 de abril um aumento nas tarifas sobre importações da China, elevando-as para 145%, ao mesmo tempo em que concedeu um adiamento de 90 dias para outras tarifas. O economista da Apollo destaca que o impacto será especialmente severo para as pequenas empresas, que não teriam recursos para arcar com os impostos extras.
“Elas basicamente não têm dinheiro e caixa para pagar 145% a mais”, disse Slok. “Então, teremos falências de varejistas em magnitudes muito significativas se isso for permitido a continuar.”
Além do risco para os pequenos negócios, a continuidade das tarifas em patamares elevados pode afetar de forma ampla o mercado de trabalho e a confiança dos consumidores. De acordo com Slok, empresas com menos de 500 funcionários respondem por 80% do total de empregos nos EUA, o que amplia a vulnerabilidade do setor a choques desse tipo.
O economista ainda recomendou atenção especial aos relatórios semanais de pedidos de seguro-desemprego, que, segundo ele, devem ser os primeiros a refletir sinais de enfraquecimento do mercado de trabalho.
“O impacto das tarifas, especialmente sobre a China, continua pesando muito, em particular sobre as pequenas empresas”, afirmou Slok. “Ainda não vimos isso nos pedidos de seguro-desemprego, mas devemos esperar que isso aconteça.”
