A China intensificou a guerra comercial com os EUA e agora mira empresas de fora do território americano. Segundo o jornal The Korea Economic Daily, o governo chinês enviou notificações formais a ao menos duas companhias sul-coreanas, pedindo que interrompam o envio de produtos que contenham metais raros de origem chinesa para empresas de defesa norte-americanas. A medida inclui itens como transformadores de energia, baterias, veículos elétricos, equipamentos médicos, aeroespaciais e de exibição.
As cartas, enviadas pelo Ministério do Comércio da China, não detalham quais punições podem ser aplicadas às empresas sul-coreanas caso continuem exportando esse tipo de produto. No entanto, o aviso sinaliza a disposição de Beijing em usar o fornecimento de minerais estratégicos como arma em meio à disputa comercial com Washington, agravada pelas tarifas impostas pelo presidente norte-americano Donald Trump.

De acordo com o jornal, esta é a primeira vez que a China adota medida formal para controlar as exportações de metais de terras raras por meio de terceiros países, ampliando o alcance das represálias na guerra comercial. A decisão pode ter impacto significativo na economia da Coreia do Sul, altamente dependente das exportações.
No início deste mês, a China já havia suspendido o envio de sete minerais considerados essenciais para a fabricação de carros, robótica e sistemas de defesa dos Estados Unidos. Desde o dia 4 de abril, os embarques de ímãs e outros componentes ficaram condicionados à obtenção de licenças especiais de exportação, cujo processo leva cerca de 45 dias para ser concluído.
A escalada nas restrições preocupa autoridades americanas. O diretor do Conselho Econômico Nacional dos EUA, Kevin Hassett, reconheceu a gravidade da situação no dia 14 de abril. “Os metais raros fazem parte de muitos setores da economia”, afirmou ele, citado pela rede Fox. “Estamos estudando muito cuidadosamente os limites impostos e isso é motivo de preocupação. Estamos analisando todas as opções neste momento.”